sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O início de tudo!

Boa tarde,

Me chamo Fernanda e tenho 28 anos. Hoje sou mãe de uma linda menininha, a minha princesa Clara Fernanda, que está com 1 ano e 5 meses, prestes a completar 1 ano e 6 meses.


Mas para que eu conseguisse chegara té esta benção que é ser mãe, passamos (eu e minha família) por inúmeras dificuldades que resolvi relatar através deste blog, para poder alertar ou até mesmo compartilhar nossos sofrimentos.
 
Tudo começou em outubro de 2009, eu descobri que estava grávida, da minha primeira gestação, neste momento ainda estava noiva, contudo foi a maior alegria para minha família, ficamos muito felizes.
 
Fui a minha primeira consulta de pré-natal. Fiz os exames de rotina (sangue para ver se tinha as inúmeras doenças e o ultrason), tudo normal. Após dois meses de consultas, não senti segurança na médica, achava que ela me tratava como se fosse mãe de 10 filhos, ou seja, já soubesse tudo sobre o assunto. Resolvi trocar, pedi indicação e fui para outra obstetra. Foi aí que meu mundo caiu.

Nesta segunda obstetra, quando estava no início dos 4 meses comecei a passar mal, meus pés começaram a inchar, minha pressão subiu e ela sempre dizendo que fazia parte da gestação, passou inúmeros remédios e me encaminhou para o cardiologista (eu já era acompanhada por uma, pois sofria de CIA). Foi neste momento que vivi um dos meus primeiros dilemas, pois tinha acabado de financiar um carro, havia trocado recentemente de emprego, estava recém contratada e achava que não podia me afastar do emprego.

Quando procurei minha cardiologista, meu anjo da guarda aqui na terra, ela logo me alertou que não tinha nada haver com a parte cardíaca mas sim obstétrica. Se tratava de um quadro de pré-eclâmpsia. Ela me afastou do trabalho e suspendeu os remédios que a então minha obstetra tinha receitado. Vale ressaltar que esta me encaminhou para obter uma "autorização cardíaca" para me submeter ao parto.

Fiquei desesperada e "meu anjo da guarda" me encaminhou para a pessoa que faria a obra de Deus se concretizar, ser mãe.

Porém minha batalha e de minha filha não havia acabado. Meu quadro estava muito acentuado, não foi tradado devidamente, procurei ótimos especialistas e todos se mostravam preocupados com a criança, pois esta estava muito pequena e com pouco peso, contudo nós continuávamos com fé.

Até que certo dia, já não aguentava mais, estava muito inchada, com muita falta de ar, dor no estômago, com muita diarréia, liguei para minha cardiologista e ela me disse que apesar deu ter plano de saúde só existiam dois lugares aqui em minha cidade (olhe que é capital) que poderiam tentar salvar minha vida e de minha filha, pois precisada de um hospital que tivesse UTI neonatal e UTI normal para adultos. Um era de um plano próprio do Hospital, outro seria a maternidade do estado (Santa Casa), porém o mais adequado seria o público.

Me internei no mesmo dia, na noite de terça-feira a noite, dia 13/04/10, fui para a alá de estado grave. Quando foi na manhã seguinte fui avaliada novamente e fui encaminhada para a área de pacientes extremamente graveis, pois a dor não passava, eu comecei a ver luzes brilhando, tudo isso já era sintoma da eclâmpsia, pois meu quadro clínico já havia piorado muito.

Após vários exames, o médico conversou comigo e com meu marido, pois a situação da criança já estava começando a piorar, haja visto que ela já estava entrando em sofrimento, meu líquido estava baixo e meu organismo já lutava com o dela. Meu sangue estava muito fino (plaquetas diminuíam muito rápido), já estava sofrendo o risco de ter descolamento de vários órgãos (fígado e pâncreas, pelo menos esse foi o nome que o médico deu - descolamento) e o pior, devido minha filha estar pequena e meu estado ser muito delicado, poderia ser necessário a retirada de meu útero.

Foi aí que meu desespero só aumentou. Para que eu não sofresse convulsões e viesse a entrar em coma tive que tomar sessões injetáveis de uma substância que não recordo o nome, para que meus músculos endurecerem. Pensem na dor, era horrível, gritava muito de dor. Na primeira aplicação cheguei a desmaiar de tanta dor.

Quando chegou na manhã do dia 15/04/10 fui submetida a cirurgia. Tomei duas Raquidiana porém mesmo assim não pegou. Fui completamente sedada, ou seja minha filha nasceu e eu nem a vi.

Maria Fernanda, nome dado a minha guerreira nasceu com 630g e um pouco mais de 30cm. Sobreviveu algumas horas só para que o pai falace pessoalmente o quanto ela era amada, guerreira e forte. Minha filha não aguentou.

Para surpresa do médicos, me recuperei rapidamente e aí logo daquele lugar que não me traz boas recordações.



Um comentário:

  1. Olá Fernanda, primeiramente, gostaria de agradecer por ter escrito este blog. Com certeza muitas mães já leram seu depoimento e obtiveram respostas. Tenho uma identificação muito grande com sua história, tb sou mãe de uma guerreirinha, que acabou nascendo prematura extrema por causa da síndrome de hellp. Gostaria de saber como foi a sua segunda gestação? Fez uso de algum medicamento? Obrigada, Dominick

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