terça-feira, 30 de outubro de 2012

O que é pré-eclâmpsia e eclâmpsia?

             Para se entender as possíveis mudanças no organismo humano, precisamos ter claro que o corpo humano “rejeita” qualquer corpo estranho em nosso organismo. E na gravidez não é diferente, pressupõe-se o crescimento de um ser geneticamente diferente no útero, haja vista que o feto herdou metade dos genes do pai.
Segundo o Dr. Drauzio Varella, o organismo feminino só não rejeita esse corpo porque desenvolve mecanismos imunológicos para proteger o feto. Porém, em alguns casos, ele libera proteínas na circulação materna, que provocam uma resposta imunológica da gestante, que agride as paredes dos vasos sanguíneos, causando vasoconstrição (é o processo que ocorre quando os músculos lisos das paredes dos vasos sanguíneos se contraem) e aumento da pressão arterial.
O aumento da pressão arterial, ou seja, a hipertensão arterial, durante a gravidez recebe o nome de pré-eclâmpsia, e geralmente ocorre a partir da 20ª semana, especificamente no 3º trimestre. Segundo inúmeros artigos científicos esta fase pode evoluir para uma forma ainda mais grave da doença que é a eclampsia, a qual põe em risco a vida da mãe e do feto. Pouco se sabe com relação às causas desta enfermidade, o que se sabe é que estão associadas à hipertensão arterial, que pode ser crônica ou especifica da gravidez.
Segundo alguns especialistas, a pré-eclâmpsia seria causado por deficiências na placenta, o órgão que nutre o bebê dentro do útero. A pré-eclâmpsia é bastante comum, e afeta em sua forma leve até 10% das grávidas. A pré-eclâmpsia grave é mais rara, atingindo 0,5% das gestantes.
 
SINTOMAS
 
a) Sintomas da pré-eclâmpsia (que também pode ser assintomática):
- hipertensão arterial;
- edema (inchaço), principalmente nos membros inferiores, que pode surgir antes da elevação da pressão arterial;
- aumento exagerado do peso corpóreo;
- proteinúria, isto é, perda de proteína pela urina.
 
b) Sintomas característicos da eclâmpsia:
- dor de cabeça persistente;
- perturbações na visão, como vista embaçada ou luzes piscando;
- dor forte na barriga, abaixo das costelas;
- mal-estar em geral;
convulsão ;
- sangramento vaginal;
- e coma.
 
Caso tenha algum desses sintomas, procure um médico e peça para ter sua pressão medida. A pressão pode subir de repente. Normalmente a pré-eclâmpsia é leve e é detectada durante o pré-natal.
 
 
DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO
 
O diagnóstico é estabelecido com base nos níveis elevados da pressão arterial, na história clínica, nos sintomas da paciente e nos resultados de exames laboratoriais de sangue e de urina.
São fatores de risco:
1) Hipertensão arterial sistemática crônica;
2) primeira gestação;
3) diabetes;
4) lúpus;
5) obesidade;
6) histórico familiar ou pessoal das doenças supra-citadas;
7) gravidez depois dos 35 anos e antes dos 18 anos;
8) gestação gemelar.
 
 
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
 
A única maneira de controlar a pré-eclâmpsia e evitar que evolua para eclâmpsia é o acompanhamento pré-natal criterioso e sistemático da gestação.
Pacientes com pré-eclâmpsia leve devem fazer repouso, medir com frequência a pressão arterial e adotar uma dieta com pouco sal.
Se sua pressão subir muito, é possível que você seja internada e receba remédios para controlar a pressão (que não prejudicarão o bebê).
O bebê também será monitorado, e a qualquer sinal de que ele não está crescendo como deveria ou que o volume de líquido amniótico esteja diminuindo, ou ainda se o seu estado piorar, o médico vai realizar o parto, mesmo que antes da hora, por cesariana ou indução do parto normal.
A única "cura" para a pré-eclâmpsia é o nascimento do bebê. Mas a mãe continua a ser observada depois que o bebê nasce, até na UTI, porque ainda há algum risco nos dias seguintes.
Depois do parto, a pressão arterial normalmente volta ao normal, mas pode ser que leve semanas para isso acontecer, e o inchaço nas mãos e nos pés também pode permanecer por algum tempo. Nas primeiras 48 horas depois do parto sua pressão será monitorada de perto, e será preciso dar atenção à questão da pressão por algum tempo depois que você for para casa.
 
 
QUAIS SÃO OS RISCOS?
 
A pré-eclâmpsia pode ser leve ou grave. Quando se torna grave, pode afetar vários sistemas do corpo. Como ela reduz o fluxo de sangue para a placenta, é perigosa para o bebê, restringindo o crescimento dele.
Além disso, se a pré-eclâmpsia evoluir para a eclâmpsia, a pressão arterial sobe demais, colocando mãe e bebê em grande risco. A eclâmpsia pode causar convulsões, que podem levar ao coma e até ser fatais. Quando acontece, a eclâmpsia ocorre no finalzinho da gravidez ou logo depois do parto.
Outra complicação é a síndrome de Hellp, que provoca problemas sanguíneos e dificulta a coagulação do sangue.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário